Manter um extintor de incêndio em boas condições é algo que muita gente esquece, mas ele pode fazer toda a diferença em um momento de emergência. Muita gente acha que basta comprar o equipamento e deixá-lo pendurado na parede, mas a verdade é que ele precisa passar por manutenção e recarregamento periódico para continuar funcionando corretamente.

Saber como recarregar um extintor de incêndio é essencial tanto para empresas quanto para residências, afinal, a legislação brasileira exige que o equipamento esteja sempre apto para uso. A seguir, você vai entender quando, onde e de que forma fazer a recarga, os tipos de extintores existentes e o que nunca deve ser feito nesse processo.

Recarregar Extintor de Incêndio
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Quando é preciso a recarregar extintor de incêndio

O prazo para a recarga de extintor depende de dois fatores principais: o tipo de extintor e o uso que ele teve. Em geral, os extintores precisam ser recarregados a cada 12 meses, mesmo que não tenham sido utilizados. Isso porque o agente extintor pode perder eficiência com o tempo.

Existem situações em que o extintor precisa ser recarregado imediatamente, como:

  • Depois de qualquer uso, mesmo que tenha sido parcial
  • Quando o lacre ou o selo de garantia estiver rompido
  • Se o manômetro indicar pressão fora da faixa verde
  • Em caso de vazamento, ferrugem ou danos visíveis no cilindro

Essas verificações devem ser feitas com frequência, especialmente em locais de grande circulação, como prédios comerciais, condomínios e indústrias.

Tipos de extintores e seus agentes

Nem todo extintor é igual, e cada um possui um agente específico para combater um tipo de incêndio. Saber identificar isso é fundamental antes da recarga, pois o produto utilizado precisa ser exatamente o mesmo que estava no equipamento originalmente.

Os principais tipos são:

Extintor de Água Pressurizada

Usado em incêndios de classe A (materiais sólidos como papel, madeira e tecidos).
Durante a recarga, o cilindro é lavado, seco e preenchido com água tratada e aditivos anticorrosivos, depois recebe o gás de pressurização.

Extintor de Pó Químico Seco (PQS)

Indicado para classes B e C, que envolvem líquidos inflamáveis e equipamentos elétricos.
A recarga é feita com pó ABC ou BC, dependendo do modelo. O cilindro é limpo internamente e a quantidade de pó é medida com precisão para manter o equilíbrio da pressão.

Extintor de Gás Carbônico (CO₂)

Utilizado em equipamentos elétricos e líquidos inflamáveis.
A recarga é mais delicada, pois o CO₂ é armazenado sob alta pressão. O cilindro precisa ser testado e pesado, garantindo que a quantidade de gás esteja conforme as normas.

Extintor de Espuma Mecânica

Usado para incêndios em líquidos inflamáveis, especialmente em postos de combustível.
O processo de recarga envolve a reposição da mistura de água e líquido espumígeno, além da pressurização com ar comprimido.

Cada tipo exige cuidado específico, e a recarga só deve ser feita em empresas certificadas que utilizam equipamentos de teste e calibração adequados.

Como é feita a recarga de um extintor

A recarga segue etapas padronizadas e controladas. Apesar de parecer simples, é um procedimento técnico que exige equipamentos próprios e pessoal treinado.

O processo básico inclui:

  1. Inspeção inicial – o técnico analisa o estado do cilindro, etiquetas e manômetro.
  2. Despressurização segura – qualquer gás ou resíduo interno é liberado de forma controlada.
  3. Abertura e limpeza interna – remove-se completamente o agente antigo e limpa-se o interior do cilindro.
  4. Verificação da rosca e válvula – qualquer desgaste pode comprometer a vedação, por isso é revisado.
  5. Inserção do agente extintor correto – cada modelo recebe o produto apropriado na quantidade certa.
  6. Pressurização e teste de estanqueidade – o cilindro é pressurizado e verificado para não haver vazamentos.
  7. Lacre, selo e etiqueta de validade – após o teste final, o extintor recebe selo do Inmetro e novo prazo de vencimento.

Todo esse processo é documentado, garantindo que o equipamento esteja pronto para uso novamente.

Onde fazer recarga de extintores?

É importante saber que a recarga só pode ser feita por empresas credenciadas pelo Inmetro como é o caso da Hiper Fire Extintores, uma das empresas referências no assunto. Esses locais seguem as normas técnicas e utilizam substâncias certificadas, evitando riscos como explosões ou falhas na hora do uso.

Na prática, é assim que você deve proceder:

  • Localize uma empresa de manutenção de extintores em sua cidade.
  • Verifique se ela possui o selo do Inmetro e registro ativo.
  • Solicite um orçamento com a data e tipo de extintor.
  • Após a recarga, exija o certificado de garantia e o selo atualizado.

Evite recorrer a prestadores que fazem o serviço em domicílio sem estrutura adequada. O transporte e a recarga de extintores exigem normas de segurança rigorosas, principalmente quando se trata de cilindros de CO₂ sob alta pressão.

Quanto custa recarregar um extintor

O valor varia conforme o tipo e o tamanho do equipamento, mas em média, os preços ficam entre:

  • Extintor de 4 kg (PQS ou água): de R$ 40 a R$ 70
  • Extintor de 6 kg: de R$ 60 a R$ 90
  • Extintor de CO₂ (6 kg): entre R$ 80 e R$ 120

Esses valores podem variar de acordo com a região e o tipo de agente utilizado. Em empresas com vários extintores, é comum que o serviço seja contratado em pacotes, o que costuma reduzir o custo por unidade.

O que acontece se não recarregar o extintor

Deixar o extintor vencer ou não realizar a recarga é considerado infração grave segundo as normas de segurança contra incêndio. Em caso de fiscalização, empresas podem receber multas e até ter o alvará suspenso.

Além disso, há o risco real de o extintor não funcionar no momento em que for necessário. O pó pode empedrar, o gás pode vazar e o sistema de pressão pode falhar completamente.

Portanto, o ideal é manter um controle de manutenção preventiva com planilhas ou etiquetas de acompanhamento visíveis.

Como identificar o prazo de validade do extintor

Todo extintor possui uma etiqueta com informações sobre:

  • Data da última recarga
  • Validade do selo do Inmetro
  • Tipo do agente extintor
  • Número de série do cilindro

A data de validade normalmente fica estampada próxima ao rótulo principal, e deve ser observada com atenção. Assim que o prazo expira, o equipamento deve ser encaminhado para a recarga.

Se o extintor for novo, é recomendado que o primeiro teste seja feito em até 12 meses após a compra, mesmo que não tenha sido utilizado.

Dicas para conservar o extintor por mais tempo

A recarga é essencial, mas existem cuidados simples que aumentam a durabilidade do equipamento. Entre eles:

  • Evitar exposição ao sol e umidade
  • Não deixar o cilindro encostado diretamente no chão
  • Verificar o ponteiro do manômetro mensalmente
  • Proteger o lacre e o selo de controle
  • Limpar o extintor com pano seco, sem produtos químicos

Essas práticas ajudam a garantir que o extintor continue em boas condições até a próxima inspeção.

Extintor vazio: pode jogar fora?

Nunca! Extintores não devem ser descartados no lixo comum. Mesmo vazios, os cilindros precisam passar por descarte controlado, pois são feitos de materiais metálicos e contêm resíduos internos.

Empresas credenciadas pelo Inmetro também fazem o descarte e reciclagem de extintores vencidos ou danificados. Dessa forma, você evita riscos e ainda contribui para o meio ambiente.

Diferença entre recarga e manutenção

Muita gente confunde os dois termos, mas eles são etapas distintas:

  • Manutenção de primeiro nível: simples inspeção visual feita pelo usuário.
  • Manutenção de segundo nível: realizada em empresa credenciada, envolve testes de pressão e troca de componentes.
  • Manutenção de terceiro nível (recarga): inclui abertura do cilindro, limpeza, substituição do agente e nova pressurização.

Saber identificar qual é o tipo necessário evita gastos desnecessários e garante a conformidade com as normas.

Extintores em empresas e condomínios

Locais com grande fluxo de pessoas, como condomínios, escolas e comércios, devem manter planos de vistoria e registro de manutenção. A responsabilidade é do síndico ou do responsável técnico.

É comum que a empresa especializada ofereça etiquetas personalizadas com controle de validade, o que facilita o acompanhamento. Alguns lugares também instalam painéis com cronograma de inspeção, o que ajuda na organização e na prevenção de falhas.

Cuidados durante o transporte do extintor

Outro ponto importante é o transporte. O extintor nunca deve ser colocado solto dentro de veículos. O correto é utilizar suportes ou embalagens específicas para evitar quedas e impactos que possam danificar o cilindro.

Em caso de vazamento durante o transporte, deve-se afastar o equipamento imediatamente e acionar o serviço especializado.

Vale a pena recarregar extintor de incêndio ou comprar um novo?

Em muitos casos, recarregar é mais econômico do que adquirir um novo, especialmente se o cilindro estiver em bom estado. Porém, se o corpo metálico estiver amassado, enferrujado ou com a data de fabricação muito antiga (mais de 5 anos sem teste hidrostático), a substituição é obrigatória.

Empresas especializadas fazem essa avaliação e informam se o equipamento ainda pode ser reutilizado.